Economia | ||
Noticia de: 09 de Janeiro de 2018 - 10:00 | ||
Indústria nacional quer aumentar rendimento do combustível | ||
De qualquer forma,
a intenção do governo em reduzir o IPI para carros elétricos (de 25% para zero)
e híbridos (de 25% para 7% a 9%) vai ampliar a importação e, futuramente,
alguns modelos poderão ser produzidos localmente, intenção já divulgada pelo
grupo Caoa/Chery. Entre as empresas
que anunciaram planos de importar elétricos estão a General Motors, que trará o
Bolt para frota a ser usada em um programa de compartilhamento; e a Nissan, que
vai vender localmente a nova geração do Leaf. A BYD já iniciou a importação do
sedã e5. Pesquisas
acadêmicas buscam alternativa para melhorar a eficiência do motor movido a
etanol entre a frota de veículos nacionais. Para ser considerado vantajoso, o
combustível feito a partir da cana-de-açúcar teria que chegar a 85% com
relação a gasolina, mas o máximo alcançado é de 72%. Já há avanços nesse
sentido com o uso de motores pequenos, com turbo e injeção direta de
combustível, mas o máximo que se chegou até agora é uma diferença de 72% em
alguns automóveis. “Um motor muito
eficiente deveria atingir 85%, o que chegaria perto de igualar a autonomia
entre os dois combustíveis”, afirma Francisco Nigro, professor do Departamento
de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP. José Guilherme
Baêta, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desenvolveu,
com sua equipe, um motor movido a etanol com eficiência igual à do diesel e
consumo inferior ao da gasolina. Segundo ele, todo o sistema de combustão foi
modificado e o tamanho da câmara de combustível foi reduzido para facilitar a
queima do etanol com cargas elevadas. Em breve o motor passará por teste de
campo. DESAFIO DE CONSUMO Para atender ao
Inovar-Auto, regime automotivo que durou cinco anos e se encerrou em dezembro,
as montadoras tiveram de melhorar em 12% a eficiência energética dos automóveis
brasileiros. Seu substituto, o Rota 2030 (ainda não aprovado pelo governo), vai
vigorar por 15 anos e ampliará as metas de eficiência em porcentuais ainda não
divulgados. Empresas que
conseguiram melhor a eficiência energética em até 15% obtiveram desconto de 1
ponto porcentual do IPI. Para quem atingiu 18%, o desconto foi de 2 pontos. A
indústria automobilística defende que incentivos similares sejam mantidos no
Rota 2030, para que as empresas possam investir em pesquisa e desenvolvimento. O Ministério da
Fazenda resiste em conceder novos benefícios ao setor e a decisão do tema só
deve ocorrer em fevereiro, após a votação da reforma da Previdência. Antonio Megale,
presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea), alerta que, sem investimento em P&D, o etanol não terá futuro.
Ele acredita que a eletrificação é um projeto para o futuro, “para daqui 20 ou
30 anos”, e que o etanol e os biocombustíveis são “patrimônio brasileiro e não
podem ser desprezados”. A presidente da
União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, tem discurso
semelhante. Ela ressalta que, hoje, apenas 1% da frota mundial é elétrica, e
serão necessários muitos anos para ter volume de veículos suficiente para fazer
diferença na questão das emissões. “O Brasil não vai ficar fora do mundo, mas
não pode desprezar todo o capital que tem em relação ao etanol e ao
biocombustível.” De qualquer forma,
a intenção do governo em reduzir o IPI para carros elétricos (de 25% para zero)
e híbridos (de 25% para 7% a 9%) vai ampliar a importação e, futuramente,
alguns modelos poderão ser produzidos localmente, intenção já divulgada pelo
grupo Caoa/Chery. Entre as empresas
que anunciaram planos de importar elétricos estão a General Motors, que trará o
Bolt para frota a ser usada em um programa de compartilhamento; e a Nissan, que
vai vender localmente a nova geração do Leaf. A BYD já iniciou a importação do
sedã e5. |
||